Nota Inicial: Publicada originalmente na segunda metade da primeira década desse século, a Coluna Sônico teve dezenas de edições impressas em Local, O Jornal na Grande São Paulo, é agora esporadicamente, online, na Rise Web Radio. Com relevância e alcances obtusos dadas a nova realidade do "mainstream" musical atual, continuamos firmes procurando sempre trazer um "overview" de grandes álbuns e ou bandas do mundo.



A segunda metade dos anos noventa, foi invadida pelo britpop, mas o que é o Britpop?

Formado essencialmente por bandas influenciadas pelo glam rock dos anos sessenta, pelo punk dos anos setenta e pelo alternativo dos anos oitenta, resumimos para simplificar uma história que é bem mais ampla aos quatro grandes nomes do movimento que muitos não consideram um gênero mas um momento cultural, de toda forma são eles: Oasis, Blur, Suede e Pulp. Não nessa ordem necessariamente por esse que vos escreve.

Sim, compartilho da opinião de um pequeno texto que li na revista Bizz em 1997 em que o autor dizia “Entre o experimentalismo do Blur e o comercialismo do Oasis, o Suede ocupa o alto do pódio”. A falta da citação ao Pulp é uma injustiça já que Jarvis Coker é um dos caras mais queridos do meio musical inglês até hoje e sua dupla “Common People” e “Disco 2000” resistem ao tempo de quem gosta de bons sons. 


Isso se deu porque o embate Oasis x Blur nos programas de TV e Rádio do mundo inteiro davam especial atenção a polarização entre as bandas e seus fãs ao redor do planeta. Correndo por fora, para os ouvidos mais atentos a música e menos preocupados com a exposição e fama dos artistas, vinha o Suede.

Personificada na figura andrógina e bastante performática, até de certa forma desengonçada de seu vocalista Brett Anderson, o Suede que já vinha na estrada desde meados dos anos noventa, despontou para o mundo na primeira metade dos anos noventa com seu álbum homônimo. Em seguida viria o que considero a primeira obra prima da banda “Dog Man Star”, um disco imperdível que tem belíssimas canções como “The Wild Ones” e “The Power” que traziam as Brumas dos campos ingleses até você, ainda que você não os conhecesse como eu, mais ou menos como “essa saudade que eu sinto de tudo que eu ainda não vi” como certa vez cantou um Renato fã de rock inglês.


Em seguida, lançaram em 1996 “Coming Up” talvez seu mais bem sucedido álbum em vendas e de maior alcance mundial.


Sci-Fi Lullabies

Em 1997, a banda dá de presente ao mundo uma coletânea de lados b com nada menos que 27 canções em um álbum duplo que poderia ter sido triplo dadas as mais de dez músicas que ficaram de fora. Imperdíveis “Modern Boys” e “My Dark Star” são ótimas canções para darem o tom da obra que vinha com encarte e letra de todas as músicas, raridade em coletâneas para época.


Lembrança afetiva: Lembro de economizar o dinheiro do salário do mês para comprar o álbum encomendado e importado pela London Calling no centro de São Paulo, destino de muitos amantes de música alternativa em uma era pré internet, pré Napster, pré Kazaa, pré histórica (rs). Na ocasião, voltei para casa o mais rápido possível para conhecer as músicas que fariam e fazem parte da minha história e da história de muitas outras pessoas e lugares por onde passei.


O Suede ainda lançaria o Head Music da belíssima She’s in Fashion em 1999 e entraria os anos 2000 terminando a banda.


The Tears


É um projeto, pós primeira fase do Suede com dois de seus membros tendo Bernard Butler nas guitarras e Brett Anderson no vocal em um ´álbum muito bom, mas que soa o Suede sem todo mundo, ainda assim vale a pena ouvir “Refugees” que é muito bacana. Recentemente (2018) a banda lançou seu oitavo trabalho The Blue Hour.


Vale lembrar que essa é uma opinião muito pessoal e o retrato histórico midiático, evidentemente mostra um trabalho muito maior dos irmãos Gallagher e de Marc Almond e companhia até mesmo no Gorillaz, mas isso é outra história.


Texto

Flavio Richards

 

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